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Um Olhar de Jacinto Júnior Sobre a Política em 2016

20150206_083435-225x300A disputa política que se avizinha (eleições 2016) denuncia mais uma vez que não há uma via alternativa que simbolize de forma efetiva a comunidade em seus interesses coletivos. Há, sim, vários agrupamentos pertencentes à elite econômica e política se mobilizando e se articulando na busca de sensibilizar o proletariado urbano e camponês para apoiá-los em suas carreiras políticas.
E paralelamente a esse processo político existe um conjunto de informações – especulações, na verdade – desencontradas e perdidas em meio ao eleitorado codoense sobre este e/ou aquele pré-candidato para este e/ou aquele cargo. Nessa confluência política é risível a constatação da inoperância do campo conservador/tradicional burguês no aspecto da construção de uma candidatura verdadeiramente comprometida com a mudança.
O que ocorre de fato, em relação a isso, é a burguesia apostar unicamente suas fichas na força econômica para eleger seu representante e o nome do candidato é o de menos. Recentemente, argumentei que a burguesia constrói seus representantes políticos da noite para o dia, por conta da influência econômica, esse é um dado, porém, aponto uma alternativa para o povo não se submeter a esse processo perverso de corrupção (compra e venda de votos).
A nossa verdadeira soberania, independência e autonomia só ganharão sua emancipação definitiva quando realmente a comunidade suprimir de sua relação sociopolítica essa cultura desprezível e prejudicial. A comunidade necessita agir com demasiada autonomia, responsabilidade e, isso, implica retroceder nesse processo conservador e vulgar, pois, no fundo, quem sempre se beneficia dessa condenável prática é a própria burguesia.
Ao abordar com mais profundidade os elementos constituintes da luta política na atual conjuntura e circunstâncias, nota-se de maneira inequívoca o quanto ainda é imatura tanto a classe trabalhadora, quanto as lideranças partidárias de esquerda. Note bem que a discussão política, geralmente, gira em torno apenas de nomes que são representantes da velha ordem burguesa ou, então, membros diretos da elite econômica e política e, quando muito, de forma tímida, a comunidade cita o nome de um ou outro elemento que tenha intimidade com a representação da classe trabalhadora.
E só, nada mais! A candidatura que poderia fazer o contraponto não é objeto de discussão com os próprios membros da comunidade que o conhece, na mesma proporção que os candidatos da direita conservadora e, isso, contribui para a fragilização de um processo radical de mudanças fundamentais no interior de nossa cidade. A classe trabalhadora precisa reagir e sentir-se proprietária do poder político, pois, a mesma, detém uma descomunal força social que, a priori, é açambarcada pela elite econômica e política por meio do processo citado acima.
De qualquer forma, ela tem de se inclinar para uma convergência fundamental e decantar a liberdade suprema (emancipação política e social) rompendo com as barreiras impostas pela burguesia codoense ao do tempo. O recurso primordial elaborado pela burguesia para se manter no controle político é a ideologia. A elite econômica e política têm um discurso infalível. Ela é inigualável, é perfeita, tudo pode e tudo faz! Um detalhe: a reprodução ideológica burguesa já opera no limite o seu famigerado e repetitivo discurso conservador, não consegue mais se impor como verdade absoluta.
Apesar disso, o campo da esquerda codoense ainda não se ver como alternativa, pois, infesta suas fileiras com as práticas burguesas – notadamente no caráter das alianças táticas e pactos estratégicos circunstanciais -, para logo se dissolverem nos esgotos da falta de compromisso dos imbricados aliados burgueses neoconservadores.
A disputa estadual terá certamente grandes repercussões a nível local para 2016. Temos uma quadra política extremamente oportunista querendo conquistar o poder político em 2016.
Contudo, daqui para lá – ou seja, até 2016, conforme a situação estadual tem os seguintes segmentos burgueses diretos se propondo como alternativa para Codó: Francisco Carlos Oliveira – com o seu “inexperiente” pupilo, Ricardo Archer, com seu filho Ricardinho, Biné Figueiredo com o seu filho Camilo ou, então, seu neto Rodrigo Figueiredo, e, por último, o gestor atual com o seu candidato que, certamente, sairá de uma pesquisa encomendada – para se certificar qual dentre os seus apoiadores e aliados tem aceitação popular.
Diante dessa realidade proponho ao campo da esquerda repensar sua cultura, reavaliar sua conduta e se insurgir contra os elementos burgueses nocivos à nossa comunidade. A esquerda codoense precisa urgentemente se posicionar como uma oposição independente. Propor um novo modelo político baseado na democracia e no desenvolvimento, restituir as bases de um programa mínimo progressista e desencadear uma articulação incorporando os movimentos sociais e populares. Se isso não ocorrer – a unidade da esquerda -, dificilmente haverá transformação substantiva nas estruturas conservadora vigentes.
Apontar uma perspectiva revolucionária é o caminho lógico que sustentará o elo fundamental da mudança social que se deseja fortemente a sociedade civil organizada.
Se a esquerda codoense não atentar para esse aspecto, será considerada aliada da burguesia e não quer ser alternativa, ou melhor, não vai querer se confrontar com o nicho burguês neoconservador.
Ora, se, de um lado, a direita e a extrema direita – ambos representando a elite econômica e política local -, se colocam como proposição mudancista, de outro, urge, que a esquerda codoense se apresente como a verdadeira alternativa às mudanças e defenda os interesses da classe trabalhadora.
A única via capaz de proporcionar essa perspectiva democrática é propor um corte linear à cultura da subserviência realinhando, desse modo, sua posição histórica. O discurso de que a esquerda junto com a direita é uma forma de fazer política democraticamente é um engodo. Somente uma esquerda independente fará a mudança histórica em Codó.
Por Jacinto Junior

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