Ganhador de 16 prêmios de jornalismo, entre eles o Esso e o Vladimir Herzog, o repórter fotográfico Celso Júnior trocou as redações por uma empresa de fotos de casamento. Hoje, quase seis anos depois, afirma que já enxergava um esgotamento nos jornais. “Eu realmente achei que o jornalismo tinha saturado um pouco. Pensava em me antecipar a essa coisa de que os veículos impressos iam, cada vez mais, diminuir. Nossos filhos, por exemplo, não leem mais jornal impresso”, observa.
Celso concedeu entrevista à jornalista Roseann Kennedy, no programa Impressões, que vai ao ar nesta terça-feira (20), às 23h, na TV Brasil. Ele trabalha com fotografia há mais de 30 anos e esteve à frente de vários veículos. Realizou o sonho de integrar a equipe do jornal O Estado de São Paulo por mais de uma década. Fez grandes coberturas como posses presidenciais, fatos históricos no Congresso, copas do Mundo, olimpíadas, os funerais do papa João Paulo II e a eleição de Bento XVI. Surpreendeu os jornalistas ao deixar esse universo a fim de migrar para uma área que era alvo de preconceitos.
O repórter fotográfico considera que também ajudou a mudar esse cenário. “Antigamente existia um preconceito com fotógrafo de casamento. Hoje, eu acho que a gente conseguiu um status, né?”. Celso conta que decidiu levar seu olhar de repórter para as cerimônias. “No casamento, se você pensar bem, não se pode perder o momento. É exatamente como um momento político ou um momento no esporte. Se perder, perdeu. Não vai voltar aquela lágrima. Então, eu quis trazer o fotojornalismo para dentro de uma cerimônia de casamento”.
Hoje, Celso Júnior é disputado para fotografar pelo mundo. Grécia, Itália, Mônaco, Espanha e República Dominicana são alguns dos locais em que fotografou casamentos. Sua agenda já está com compromissos até outubro de 2020. De tão apaixonado pela nova missão, revela que sonha em fotografar a própria esposa, a jornalista Paula Santana, quando ela estiver entrando na igreja.