Integrante da chapa da presidente Dilma Rousseff (PT) e considerado como fiel da balança para a composição de uma maioria no Congresso, o PMDB já sinaliza para uma composição na Câmara com o PSDB, num eventual governo do candidato Aécio Neves
“Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio”, afirmou ao Estado o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último dia 5 de outubro.
O primeiro sinal nesse sentido será dado nesta segunda-feira, 13, quando a bancada deve se reunir em Brasília para discutir se tomará alguma posição oficial neste segundo turno da corrida presidencial, entre Aécio e a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).
Ao contrário da direção nacional da legenda, presidida por Michel Temer, vice da petista, a opção que deve prevalecer é a da neutralidade. “A bancada está literalmente dividida e por isso não tenho que me posicionar. Eu almejo continuar como líder e, se eu quero isso, tenho que satisfazer a bancada”, ressaltou o deputado. Segundo ele, a divisão da bancada reflete a divisão do PMDB nacional.
Cotado para a disputa pela presidência da Câmara em 2015, posto cuja posição do presidente eleito no dia 26 deverá ser determinante, Cunha evita se posicionar individualmente sobre a corrida presidencial. Mas afirma que Aécio representa mais o desejo de mudança da população.
“O que vai decidir é que existe um desejo de mudança e esse desejo tem sido expressado pelos números do Aécio, que representa a rejeição a ela. Tem que levar em conta que quem é Dilma, já votou na Dilma, ou seja, ela agrega muito pouco para o segundo turno. Agora, qualquer mudança se dará no debate”.
Segundo Cunha, se Dilma for reeleita, a posição do partido terá de ser avaliada. “Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma”, ressaltou.
Um eventual apoio do PMDB ampliaria a base parlamentar de Aécio, que vem crescendo com os apoios que tem recebido nos últimos dias. Somando-se a coligação de Aécio com os peemedebistas e os partidos que declararam apoio ao tucano nos últimos dias, como os da coligação presidencial da candidata derrotada Marina Silva (PSB, PPS, PPL, PRP, PHS e PLS), o PV de Eduardo Jorge e o PSC de Pastor Everaldo, ela chegaria a 232 dos 513 deputados. Sua coligação elegeu 138 deputados.
(Erich Decat, AE)