Prestes a completar 80 anos, Suely Franco é uma atriz que não pensa em parar. São quase 60 anos de profissão, seja no palco dos teatros, seja na frente das câmeras de novelas e filmes. Ela diz que não pensa em parar tão cedo. “Eu agradeço a Deus por estar fazendo aquilo que eu gosto, porque para ator que gosta da profissão, ficar parado é a morte”. A atriz é a entrevistada do programa Impressões, que vai ao ar hoje (30).às 23h, na TV Brasil.
Nascida no Rio de Janeiro, começou a atuar aos 21 anos na companhia Teatro dos Sete, dos atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres. Estreou com a peça O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. De lá pra cá, atuou em 89 peças teatrais e incontáveis trabalhos na tv, onde interpretou personagens marcantes como Dona Benta, no Sítio do Picapau Amarelo, Cordélia Fontana, na novela Espigão, e a Mimosa, de O Cravo e A Rosa.
Na conversa com a apresentadora Roseann Kennedy, Suely Franco relembra a carreira e os trabalhos que marcaram sua vida, como a peça “Amanhã, Amélia, de Manhã”, escrita por Leilah Assumpção. A atriz conta que durante o laboratório com outros atores, começou a se reconhecer como a personagem Amélia. “Eu pensei: ‘meu Deus, eu sou essa coisa horrorosa que eles estão falando, não é possível, eu tenho que mudar, eu não posso ser assim’. Aí, eu mudei e acabou o casamento”, diz sobre seu segundo casamento, com o ator Carlos Koppa.
Desde então, nunca mais se casou. “Eu me casei e não quero mais casar. Agora, namorar, tudo bem. Mas casar, nunca mais”, afirma. Ela acredita que hoje os tempos são diferentes, e as pessoas não querem mais se considerar velhas. “A minha mãe, quando tinha 39 anos, era uma velha. Imagina hoje, esses mulherões aí com 50, quase 60?”, diz, caindo na risada. Atualmente, a atriz trabalha a todo vapor na novela A Dona do Pedaço, onde interpreta a divertida Marlene, que vive um affair ‘nada comportado’ com o ator Ary Fontoura.
A alegria da atriz é uma constante ao longo de toda a entrevista. Para Suely Franco, essa é uma das mensagens que tenta passar com seus personagens. Mas nem tudo é divertido na profissão. “A pior coisa da nossa profissão é ter que decorar. Porque se não decorar certo, você não vai fazer nada,. Então, eu escrevo, porque não tenho memória auditiva, tenho memória visual”, confessa.
Entre os trabalhos que gosta de fazer, os musicais têm espaço de destaque. A atriz diz que sempre gostou de cantar e dançar e que, por isso, é tão prazeroso estar em musicais. “A gente, quando está fazendo isso no palco, esquece de tudo”.
Suely Franco afirma que não tem grandes planos futuros: “Eu não penso em nada do que vou fazer depois, faço como a canção: ‘deixa a vida me levar, vida leva eu’ “, em referência à musica de Zeca Pagodinho. Ela dá um conselho aos mais jovens: “as pessoas têm de fazer teatro, televisão, querendo representar. Porque muita gente vai querendo aparecer. Aí, não acontece. O negócio é o gosto pelos personagens”, acrescenta.Fonte Agência Brasil