O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu nesta quinta-feira (16) manter a condenação do ex-médico Roger Abdelmassih, mas reduziu a pena de 278 anos para 181 anos, 11 meses e 12 dias de prisão.
Apesar disso, os desembargadores da 6ª Câmara de Direito Criminal acataram pedido do Ministério Público de São Paulo para que fosse retirado artigo da primeira condenação que permitia que o réu cumprisse apenas 30 anos da pena.
Desta forma, mesmo com a pena reduzida, o ex-médico terá de cumpri-la integralmente. Abdelmassih só teria direito a sair em liberdade após o cumprimento de dois quintos da sentença estipulada; ou seja, depois de mais de 70 anos na prisão.
O G1 não conseguiu contato com os advogados de Abdelmassih para que comentassem o assunto. A defesa pedia a anulação do julgamento que condenou o ex-médico a 278 anos em regime fechado.
Processo
No último dia 2, a Justiça de São Paulo adiou a votação do recurso da defesa de Roger Abdelmassih. Segundo a assessoria de imprensa do TJ-SP, um dos três desembargadores pediu para estudar melhor o caso antes de votar.
Há quatro anos a Justiça havia concluído que Abdelmassih foi responsável por 48 ataques sexuais a 37 mulheres entre 1995 e 2008. Abdelmassih, no entanto, sempre negou as acusações. Seus advogados alegaram no recurso que não havia provas cabais que justificassem a condenação.
Foragido havia três anos, o ex-médico foi capturado no Paraguai em agosto. Atualmente, ele cumpre a pena de prisão na Penitenciária de Tremembé, interior paulista.
Gravações
Escutas feitas pelo Ministério Público enquanto Roger estava foragido mostraram uma conversa do ex-médico com seu psiquiatra. Nela, ele assume ter feito sexo, mas diz que foi seduzido por suas pacientes e nega tê-las estuprado. Reveja no vídeo abaixo: