João Augusto Henriques, lobista ligado ao PMDB, segundo o Ministério Público Federal (MPF), afirmou em depoimento à Justiça Federal que fez um pagamento de US$ 1 milhão, em uma conta bancária do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Henriques, o pagamento foi feito a pedido de outro parlamentar, Felipe Diniz, filho de Fernando Diniz, ex-líder do partido na Câmara, morto em 2009.
O juiz Sérgio Moro foi quem questionou Henriques sobre o pagamento feito a Eduardo Cunha. “Isso aí foi o que eu já falei. Eu queria pagar ao filho do Fernando Diniz, porque ele já tinha morrido. E a conta que ele tinha me dado, eu soube depois que era do Eduardo Cunha (…) Foi 1 milhão, 1 milhão e pouco”, afirmou Henriques, sem precisar o ano em que a transferência aconteceu. “Foi em 2012, 2013, por aí. Não tenho precisamente a data”, continuou. O pagamento que deveria ter ido a Felipe Diniz foi em função de um contrato da Petrobras para a exploração de petróleo em Benin, na África.
No último dia 16, Cunha divulgou uma nota à imprensa em que voltou a negar ter recebido “qualquer vantagem de qualquer natureza”e disse reiterar o depoimento dado à CPI da Petrobras, no qual negou ter contas no exterior.
Durante todo o depoimento, que durou cerca de 45 minutos, Henriques negou quase todas as acusações que pesam sobre ele. Sobre pagamentos feitos a funcionários da Petrobras, ele disse que nunca deu qualquer quantia aos funcionários da Petrobras. No entanto, confirmou a amizade que mantinha com Zelada desde a época em que trabalhou na Petrobras. Ele também negou que tenha participado da indicação do nome de Zelada para o cargo de diretor da área internacional.