Blog do Walison - Em Tempo Real

Ex-presidentes do Brasil criticam fala de Eduardo sobre AI-5

Vencedor da eleição de 1989, o hoje senador Fernando Collor de Mello (PROS) avaliou que o País já vive um período de instabilidade institucional. “O preocupante é que a cada dia ela se aprofunda”, disse Collor, que sofreu impeachment em 1992 e foi alvo no mês passado de operação da Polícia Federal. “São declarações que repugnam. As consequências são de aumento da instabilidade institucional. Resta perguntar: por quanto tempo mais seremos sobressaltados com fatos desse primitivismo?”

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi a partir da eleição de 1989 que o “princípio da soberania popular”, um dos “pilares” de regimes democráticos, ganhou força. “Embora meus candidatos tivessem perdido, um no primeiro, outro no segundo turno, começava a se afirmar o princípio da soberania popular”, comentou FHC, referindo-se a Mario Covas (PSDB) e a Lula.

Além das afirmações da família Bolsonaro, o tucano enumerou outras iniciativas que podem ser entendidas como antidemocráticas por parte do atual governo. “Há vários gestos semelhantes: ameaças à imprensa, descaso quanto à educação e à ciência, um tom geral de desdém das instituições. Ainda bem que a mídia, o Congresso e os tribunais têm tido altivez e as Forças Armadas parecem ter noção do seu papel como esteios da Nação, da Constituição e do Estado, e não como servidores de partidos ou de governos”, disse ele.

Presa e torturada no regime militar, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em 2016, disse não ter sido surpreendida pelas declarações do filho de Bolsonaro. “Já houve seguidas manifestações contra a democracia por parte da família Bolsonaro. Defenderam a ditadura militar e, portanto, o AI-5; reverenciaram regimes totalitários e ditadores; homenagearam o torturador e a tortura; confraternizaram com milicianos”, afirmou.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que o filho de Bolsonaro cometeu um erro ao defender “um novo AI-5” para conter eventual “radicalização” da esquerda. “Tão logo ele fez a declaração, imediatamente se levantaram as mais variadas vozes para se rebelar contra isso. Até do presidente. Esse fato é revelador da grande força das instituições.”

Os 30 anos da eleição de 1989 e os 31 da atual Constituição mostram, na visão de Temer, uma estabilidade institucional “incomum” na história. “A cada 20 ou 30 anos faziam um novo Estado, uma nova Constituição. Em cada momento tinha uma grande mudança institucional. Agora, temos uma estabilidade extraordinária”, destacou Temer, que é réu em ações de corrupção e chegou a ser preso em março e maio deste ano. Fonte O Estadão.

Categoria: Uncategorized

Seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatório são marcados *

*