Blog do Walison - Em Tempo Real

Novo estudo científico descobriu que frequentar cultos faz você viver mais

Um estudo inovador realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard descobriu que frequentar cultos religiosos pode, na verdade, ajudar as pessoas a viverem mais.

Liderado pelo professor Tyler VanderWeele, o estudo acompanhou mais de 74.000 mulheres por mais de 16 anos e descobriu que aquelas que frequentavam serviços religiosos pelo menos uma vez por semana tinham um risco 33% menor de morte prematura em comparação com aquelas que não frequentavam.

Uma possível razão para isso é o impacto biológico e psicológico das experiências religiosas. Cultos, orações e cânticos podem desencadear a liberação de endorfinas e ocitocina, químicos naturais do corpo que promovem a sensação de bem-estar, ajudando a reduzir o estresse, a ansiedade e a inflamação.

Estudos também descobriram que práticas espirituais profundas, como oração e meditação, ativam o sistema nervoso parassimpático, levando a uma diminuição da frequência cardíaca, redução dos níveis de cortisol e melhoria da saúde geral.

Informações: Guiame

Mais de 1,4 mil maranhenses já mudaram de nome em cartórios após nova lei

Desde a entrada em vigor da Lei Federal nº 14.382/22, em julho de 2022, um total de 1.402 maranhenses optaram por alterar o próprio nome diretamente em cartórios de registro civil, sem necessidade de processo judicial.

A legislação passou a permitir que qualquer pessoa maior de 18 anos faça a mudança do prenome sem precisar apresentar justificativa. Para isso, basta comparecer a um cartório de registro civil portando RG e CPF, seguindo os critérios previstos em lei.

Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) mostra que o Maranhão ocupa a 7ª colocação no ranking nacional de alterações de nome. O estado fica atrás de São Paulo (6.950), Minas Gerais (3.308), Bahia (2.787), Paraná (2.675), Pernambuco (1.503) e Ceará (1.422). Na outra ponta, os menores números foram registrados em Roraima (37), Amapá (79) e Acre (114).

Além da troca de prenome, a lei também flexibilizou regras sobre sobrenomes. Agora é possível incluir sobrenomes familiares a qualquer momento, retirar ou acrescentar por casamento ou divórcio, além de adequar registros em função de alterações nos nomes dos pais.

O procedimento é padronizado em todo o país e tem custo definido em cada estado. Após a mudança, o próprio cartório comunica automaticamente a Receita Federal, a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal.

No entanto, se houver arrependimento, a reversão só poderá ser feita por meio de decisão judicial.

Outra novidade é a possibilidade de alterar o nome de recém-nascidos até 15 dias após o registro, em casos de divergência entre os pais. Para que a mudança seja feita, ambos devem concordar e apresentar os documentos exigidos; caso contrário, a questão é levada ao Judiciário.

Fonte: O Imparcial

“Só tem um caminho: implementar”, diz Marina sobre metas climáticas

Rio de Janeiro (RJ), 16/08/2025 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, e a diretora-executiva do Center for Earth Ethics, Karennna Gore, participam de treinamento para novas lideranças climáticas oferecido pelo Climate Reality Project, na Barra da Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ao ser questionada sobre a expectativa para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva foi enfática ao afirmar que “agora, só tem um caminho: implementar”.

A ministra deu a declaração após participar, neste sábado (16), no Rio de Janeiro, do evento voltado para mobilização política em ações climáticas The Climate Reality Project, liderado pelo ex-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental, Al Gore.

Rio de Janeiro (RJ), 16/08/2025 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, participam de treinamento para novas lideranças climáticas oferecido pelo Climate Reality Project, na Barra da Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A ministra Marina Silva e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore participam de treinamento para novas lideranças climáticas oferecido pelo Climate Reality Project – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ao responder à imprensa, Marina Silva complementou: “É preciso agora implementar os compromissos que nós já assumimos por consenso. Assumimos em Dubai, no Azerbaijão, que era US$ 1,3 trilhão [para financiamento climático], de triplicar [energia] renovável, duplicar eficiência energética, nos afastar para longe de combustível fóssil, de desmatamento, viabilizar os recursos de perdas e danos. Tudo isso já foi decidido”, diz.

A ministra ressaltou que o mundo chegou ao limiar do processo que já é debatido há 33 anos e vive hoje uma crise civilizatória, em que líderes preferem guerrear entre si a declarar guerra contra uma ameaça planetária. “São 500 mil vidas perdidas a cada ano, só em função de onda de calor. Em dois anos, as ondas de calor matam mais pessoas do que o que aconteceu com a covid-19”, destacou.

De acordo com a ministra, o sucesso das negociações climáticas está em um bom planejamento para os próximos dez anos que garanta a efetividade de ações para manter o aquecimento do planeta em 1,5º acima do nível pré-industrial. “Se o Acordo de Paris nos levou ao caminho das regras e da negociação, agora tem que nos levar para o mapa do caminho da implementação”, reforçou Marina.

Rio de Janeiro (RJ), 16/08/2025 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa de treinamento para novas lideranças climáticas oferecido pelo Climate Reality Project, na Barra da Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A ministra Marina Silva participa de treinamento para novas lideranças climáticas oferecido pelo Climate Reality Project, no Rio – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Recursos

Ao ser questionada sobre os recursos de terras raras existentes em territórios ocupados por comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, a ministra voltou a apoiar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vetar os dispositivos que tratam do assunto na proposta que mudou as regras do licenciamento ambiental no país e que originou a Lei nº 15.190.

“A decisão e os vetos que o presidente Lula fez no PL, que retirava o direito de manifestação dos povos indígenas, dos povos, quilombolas e comunidades tradicionais, em qualquer que seja o empreendimento que tenha a ver com suas terras, é uma parte dessa resposta”, afirmou a Marina.

Para ela, qualquer solução técnica não pode ser desprovida do cuidado ético com aqueles que têm um estilo de vida diferente e ajudam a proteger os recursos naturais e a equilibrar o planeta. “O esforço é de que não se olhe só para a necessidade, pelo lado da demanda, que se tenha um crivo ético também pelo lado da oferta. São exposições concretas que o Brasil tem que ter na COP para ser um legado de verdade”, disse. Fonte: Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil

Al Gore lamenta postura “esquizofrênica” dos EUA sobre crise climática

Rio de Janeiro (RJ), 15/08/2025 - O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, fala durante treinamento para novas lideranças climáticas promovido pelo Climate Reality Project, organização sem fins lucrativos de ação climática, no hotel o Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore disse que a postura do próprio país em relação à crise climática é “esquizofrênica”. O compromisso com a redução de gases de efeito estufa tem mudado sempre que há um novo ocupante na cadeira presidencial.

No primeiro mandato – entre 2017 e 2020 – Donald Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, que tem como principal objetivo limitar o aquecimento global a 1,5°C. Com a vitória de Joe Biden nas eleições seguintes, o país voltou ao acordo. Uma nova saída foi anunciada no início do segundo mandato de Trump em janeiro deste ano.

“É lamentável que os Estados Unidos tenham tido uma abordagem esquizofrênica em relação à crise climática, alternando entre presidentes democratas e republicanos. Isso está longe de ser o ideal”, disse Al Gore.

“Na era pós-Segunda Guerra Mundial, o papel que os EUA desempenharam na tentativa de ser uma liderança responsável para a comunidade mundial torna isso ainda mais lamentável. Vimos a União Europeia crescer em seu potencial de liderança. Mas seria muito melhor se os EUA restaurassem seu compromisso com valores humanos e permanecessem no caminho certo”, assegurou.

Al Gore conversou com jornalistas ao fim de um dia de atividades do The Climate Reality Project, evento voltado para mobilização política em ações climáticas, que ocorre no Rio de Janeiro até domingo (17).

COP30 em Belém

Em nova crítica ao atual governo norte-americano, o democrata disse não acreditar que a ofensiva comercial e política de Trump contra o Brasil possa atrapalhar a participação de governos subnacionais, estaduais e municipais dos Estados Unidos na 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP30 -, em novembro, em Belém.

“Acho profundamente ofensivo para muitos cidadãos americanos que ele [Trump] tenha mentido descaradamente ao dizer que os EUA têm um grande déficit comercial com o Brasil, quando, na verdade, temos um grande superávit comercial com o Brasil. Ele diz que a Ucrânia começou a guerra com a Rússia, e sabemos que foi o contrário. Ele diz que o carvão é limpo. Ele diz que moinhos de vento causam câncer. Ele diz que é um homem honesto. Todas essas coisas são mentiras”, disse o democrata.

Capitalismo e clima

Durante o evento, parte central das discussões sobre redução de emissões de gases do efeito estufa envolveu o quanto os países estão dispostos a reestruturar modelos econômicos. Transição energética, substituição dos combustíveis fósseis, construção de modelos sustentáveis de desenvolvimento e financiamento climático foram alguns dos tópicos.

Al Gore foi questionado se é possível uma redução real de poluentes sem que haja uma transformação estrutural das formas de produção e consumo. Em outras palavras, repensar o próprio sistema capitalista.

“Eu acredito que o capitalismo pode ser parte da solução, em vez de uma parte central do problema. Se você olhar para as notícias otimistas de que 93% de toda a geração de eletricidade no ano passado foram renováveis e perguntar de onde veio o dinheiro para todo esse desenvolvimento, 85% vieram de fontes privadas de capital”, disse.

“Acredito que é inevitável que façamos essa transição energética mais ampla, que seja sustentável. Mas a questão séria que permanece é se faremos isso a tempo. O presidente do meu país está tentando desacelerar essa transição. Os poluidores de combustíveis fósseis estão fazendo tudo o que podem para bloquear qualquer ação que contribua para essa transição. Mas acredito que há uma demanda crescente entre as pessoas em todos os países para fazer essa transição. Certamente, esse é o caso no Brasil”, complementou.

Plásticos

O encontro de 185 países em Genebra para negociar um tratado sobre o combate à poluição por plásticos terminou na sexta-feira (15) sem consenso. A poucos meses da COP30, seria um sinal das dificuldades que a conferência do clima vai enfrentar?

“Acho que isso demonstra o grau em que a indústria de combustíveis fósseis se tornou uma hegemonia global, com poder político para ditar o que o mundo tem permissão para fazer e o que não tem permissão para fazer. O uso da rede de poder econômico para distorcer decisões políticas é um verdadeiro desafio para a governança do mundo hoje”, disse Al Gore.

“E é por isso que dedico tanto do meu tempo e esforço à construção de movimentos populares para reafirmar a capacidade da humanidade de retomar o controle do nosso destino. É uma loucura permitir que os poluidores escrevam as regras e as leis e nos ditem o que temos permissão para fazer e o que eles não nos permitem fazer”, finalizou. Fonte: Rafael Cardoso – Repórter da Agência Brasil

Em inauguração de montadora, Lula defende relação comercial com China

Iracemápolis (SP), 15/08/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tendo ao lado o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante cerimônia de inauguração da Fábrica da GWM Brasil. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao participar da inauguração de uma montadora chinesa (GWM) de carros elétricos e híbridos na cidade de Iracemápolis (SP), a 160 km de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez elogios à China, “maior parceiro comercial do País”, e voltou a criticar o governo dos Estados Unidos. 

“Não dá para a gente aceitar a criação de uma imagem mentirosa contra um país como o Brasil, que não tem contencioso no mundo”, disse o presidente.

A empresa chinesa estima investimento de R$ 4 bilhões até 2026 no país, o que já engloba a abertura da nova fábrica. De 2027 a 2032, são previstos mais R$ 6 bilhões.

“A China é o nosso principal parceiro comercial. A gente vai tentar brigar para que o comércio mundial seja equilibrado. A gente quer que volte o multilateralismo”, afirmou Lula.

Aliado

O presidente defendeu que o Brasil tem sido aliado da China por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável. “É importante que as pessoas saibam que o comércio do Brasil com a China hoje é de US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões com os Estados Unidos”, comparou.

Lula afirmou que, por causa de Trump, o Brasil vive uma “turbulência desnecessária”.

“A ideia de passar para o mundo que o Brasil é um país horrível para negociar não é verdade. Eu não posso admitir que um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos possa criar a quantidade de inverdades que ele tem contado sobre o Brasil”.

O presidente pediu que mais empresas chinesas desembarquem no Brasil para gerar mais empregos. Ele lembrou que quando deixou a presidência em 2010, havia comércio de 3,6 milhões de carros. Mais de uma década depois, as vendas estão na casa de 1,6 milhão de veículos. “É por isso que nós estamos recuperando a indústria com política de créditos”, disse.

Lula afirmou que não aceita que países grandes sufoquem os menores. “Isso não é comércio justo. O comércio justo é aquele em que as regras são estabelecidas em igualdade de condições para todo mundo”.

Fábrica chinesa

Lula lamentou que fábricas da norte-americana Ford tenham deixado o Brasil em 2021, e celebrou a chegada da empresa chinesa. “Essa visão que os chineses têm de que eles podem ocupar uma parte do mundo vendendo e produzindo e ensinando, que nós vamos aproveitar”.

Lula dirigiu-se aos diretores da empresa chinesa e pediu que façam do Brasil uma base de vendas na América Latina. “Para quem quiser vir, nós estaremos de braços e coração abertos”.

Empregos

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também presente ao evento, lembrou que o Brasil tem a oitava maior indústria automotiva do mundo e que o país recebeu sete novas montadoras. Ele elogiou a empresa chinesa que contará com um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Aqui são 700 empregos. Até o começo do ano que vem, 1.300, mais 10 mil indiretos”, disse Alckmin.

Geraldo Alckmin citou que a indústria automotiva, ano passado, cresceu, no Brasil, 9,3%, enquanto que no mundo a média é de 2%. “A venda de veículos cresceu 14,1%. Em razão do ganho da massa salarial, caiu o desemprego”.

Ponto de partida

O presidente da montadora GWM, Mu Feng, disse que a fábrica não é apenas um compromisso com o mercado brasileiro, mas também o ponto de partida para criar um futuro com os parceiros latino-americanos. A empresa está presente em 170 países.

“O Brasil possui uma sólida base industrial e excelente capacidade de integração regional. Acreditamos que o compromisso do governo e dos consumidores brasileiros com inovação, qualidade e sustentabilidade está totalmente alinhado com nossos valores”, disse o chinês.

Ele garantiu que os direitos trabalhistas e responsabilidade corporativa são princípios da empresa. Fonte: Luiz Claudio Ferreira – Repórter da Agência Brasil

Apex amplia ação nos EUA para apoiar empresas atingidas pelo tarifaço

Brasília, (DF), 23/07/2024 - Presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/ Agência Brasil.

Em entrevista à TV Brasil, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, ressaltou empenho do governo federal para apoiar as empresas brasileiras atingidas e convencer as autoridades estadunidenses a revogar o tarifaço ou, ao menos, mitigá-lo. 

Viana destacou os R$ 30 bilhões do Plano Brasil Soberano destinados às empresas nacionais afetadas e a abertura de um novo escritório da Apex em Washington, capital dos Estados Unidos.

“São R$ 30 bilhões que criam um ambiente de seguro, de empréstimo, de diminuição de carga tributária, exclusivamente para empresas que foram alcançadas pelo tarifário. Nós também estamos marcando presença, esticando o nosso escritório de Miami para Washington, já temos em Nova York e em São Francisco”, disse nesta sexta-feira (15).

O presidente da Apex disse que o governo brasileiro já estabeleceu parcerias com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e com setores que importam produtos brasileiros, “que podem fazer força junto à Casa Branca para a gente excluir mais produtos desse tarifaço”.

Soberania

Para Viana, se o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil tivesse sido causado por uma questão comercial, ela já estaria resolvida. O presidente da Apex afirmou ainda que as exigências dos Estados Unidos para revogar as sanções contra o Brasil ferem a soberania do país.

“Não tem como ter ação política nesse caso, quando as condições que estão sendo colocadas pelo presidente dos Estados Unidos ferem a soberania do Brasil. [O presidente estadunidense] está querendo fazer uma interferência em um poder, no caso, o judiciário brasileiro, e isso é inconcebível. Se fosse uma questão só comercial, já estava resolvida”, disse.

Viana classificou a situação comercial dos Estados Unidos com o Brasil como “extraordinária, fantástica, para eles” e “boa para nós”, e ressaltou que, em razão disso, uma das estratégias brasileiras contra o tarifaço será a de o país se aproximar dos empresários estadunidenses importadores de produtos nacionais.

“Nós não queremos desistir desse comércio. E para não desistir, nós temos que também trazer para o nosso lado os importadores que ganham muito dinheiro com os produtos brasileiros que chegam lá. Isso vale para o café. Vale para produtos como a carne, que está encarecendo nos Estados Unidos porque o rebanho deles caiu muito”.

Novos mercados

O presidente da Apex afirmou que outra estratégia será a de encontrar novos países compradores dos produtos brasileiros, e que a agência já mapeou novos mercados.

“Tem mercados para a gente colocar do café ao calçado. Nós já estudamos mais de 108 mercados, há setores que podem ter novos mercados em 72 países”, disse.

Segundo Viana, os novos mercados mapeados são “bastante significativos” para absorver os produtos que estão deixando de ser importados pelos Estados Unidos, em razão do tarifaço.

“Nós achamos que os setores atingidos, fazendo trabalho de participação em feiras, eventos, e trazendo compradores para o Brasil, nós vamos encontrar compradores para uma parte desses 18 bilhões de dólares [em exportações do Brasil para os EUA], que é a fatia que está sendo alcançada pelo tarifaço”.

Oportunidades

O presidente da Apex disse que o Brasil está muito bem preparado para enfrentar a crise com os Estados Unidos e que deve encontrar novas oportunidades em meio ao entrave. Segundo Viana, em uma guerra comercial todos os envolvidos perdem, mas “às vezes perde mais é quem provocou a guerra”.

“O Brasil está muito bem para enfrentar essa crise. Numa guerra comercial, que eu acho que é isso que está sendo feito pelos Estados Unidos, todo mundo perde. Mas, às vezes, perde mais quem provocou a guerra. [O Brasil tem] o BRICS, o Brasil tem uma ótima relação com a Índia, com a China, com a Rússia. Temos amizade com todos os países, inclusive com os Estados Unidos”.

“Todo mundo perde, mas quem melhor aproveitar as oportunidades pode sair melhor dessa crise”, acrescentou.

Exportações

Dados da ApexBrasil mostram que, de janeiro a março deste ano, o Brasil exportou US$ 77,3 bilhões em bens, valor menor que os US$ 77,7 bilhões do mesmo período de 2024. O saldo comercial fechou positivamente em US$ 10 bilhões. 

Os principais produtos exportados foram petróleo bruto, soja, minério de ferro e café verde, com destaque para as exportações de bens industrializados, que tiveram alta no período, inclusive em itens como máquinas e aparelhos elétricos.

Em relação aos principais países de destino das exportações brasileiras, destacam-se, no primeiro trimestre, China (US$ 19,8 bilhões), União Europeia (US$ 11,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 9,7 bilhões) e Mercosul (US$ 5,8 bilhões), com destaque para a Argentina, com um aumento de 51%.Fonte: Agência Brasil

Alckmin: socorro a exportador não causará impacto fiscal

Brasília (DF), 15/10/2024 - O vice-presidente Geraldo Alckmin durante a reunião plenária do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, neste sábado (16), em Brasília, que as medidas de apoio às empresas afetadas pelas taxas que os Estados Unidos impuseram aos produtos brasileiros não causarão impacto fiscal negativo, pois, a rigor, não configuram um novo gasto para a União.

“O que estamos fazendo é antecipando algo que vai ser devolvido; recursos que não pertencem ao governo”, declarou Alckmin ao visitar uma concessionária de automóveis de Brasília para checar como estão as vendas de veículos contemplados pelo programa federal Carro Sustentável, que reduz alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de modelos que atendam requisitos de sustentabilidade.  O programa foi lançado em 10 de julho deste ano.

“Nem o Drawback, nem o Reintegra, deveriam ter qualquer questão fiscal, porque o dinheiro não é do governo, que está apenas devolvendo mais rápido para aqueles que foram atingidos pelo tarifaço [dos Estados Unidos] e tiveram suas exportações frustradas”, acrescentou o vice-presidente, referindo-se a dois dos mecanismos previstos na medida provisória (MP) que o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional na última quarta-feira (13).

Chamada de Plano Brasil Soberano, a MP reúne medidas de apoio estatal às empresas exportadoras e de proteção aos trabalhadores dos setores afetados, liberando cerca de R$ 30 bilhões para compensar eventuais prejuízos aos exportadores brasileiros.

Recurso

O chamado Drawback é um recurso que possibilita a suspensão da cobrança de tributos que incidem sobre insumos importados utilizados na produção de artigos nacionais exportados para os EUA. Com isso, o prazo para que as empresas consigam exportar as mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo regime será prorrogado.

Já o Novo Reintegra prevê incentivos fiscais que permitirão às empresas brasileiras afetadas recuperar parte dos impostos indiretos incidentes sobre a cadeia produtiva dos produtos exportados, na forma de créditos tributários. Dessa forma, ajuda as empresas a reduzirem custos e melhorar a competitividade no mercado externo.

“Vamos dar 3% de Reintegra. Ou seja, a empresa [afetada pela sobretaxa dos EUA] receberá 3% do valor do produto. Isso não deveria ter impacto fiscal, pois é resíduo tributário”, reiterou Alckmin ao destacar que, embora a Constituição Federal estabeleça que as exportações brasileiras não devem ser tributadas, os produtos acumulam tributos embutidos que devem ser restituídos aos fabricantes.

“Quando eu exporto um automóvel [por exemplo], mesmo não pagando imposto de exportação, eu paguei imposto ao comprar os pneus, o aço, o vidro. Então, estes impostos precisam ser devolvidos ao exportador. Só que os governos demoram a devolvê-los e o exportador fica com um crédito tributário. O que estamos fazendo é antecipando [a devolução] de algo que vai ser devolvido”, explicou Alckmin.

Princípio

“O Drawback segue o mesmo princípio. Quando vou comprar um produto para exportar, eu não pago imposto, mas se eu não cumprir o regime [dentro do prazo legal], tenho não só que pagar o imposto como também uma multa […] O que estamos dizendo é que quem comprou um produto para exportar para os EUA terá mais um ano [de prazo] para exportar. Estamos adiando por um ano este Drawback para que o exportador possa buscar outro mercado ou [renegociar com seus clientes] nos Estados Unidos”, assegurou o vice-presidente.

A seguir, Alckmin sinalizou que o governo federal tem pressa na aprovação, pelo Congresso Nacional, da medida provisória (MP) e do projeto de lei complementar apresentados pelo Poder Executivo. A MP já está em vigor, mas precisa ser referendada pelos parlamentares em, no máximo, até 120 dias. Além disso, algumas das medidas que constam da MP precisam ser regulamentadas por meio da aprovação de projeto de lei.

O vice-presidente da República salientou, ainda, que “temos a expectativa de que isso seja feito rapidamente. Porque um é vinculado ao outro”, concluiu Alckmin ao defender que o Poder Legislativo “tem um papel importante a cumprir, que é o de dar uma resposta rápida” à proposta do governo federal. Fonte: Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil

Jovem é preso suspeito de assaltar médico dentro de consultório da UPA de Timon, no MA

Jovem é preso suspeito de assaltar médico dentro de consultório da UPA de Timon, no MA — Foto: Reprodução/TV Clube

Um jovem, identificado como Kauã Henrique, de 20 anos, foi preso suspeito de assaltar um médico dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Timon, no leste do Maranhão.

Segundo a Polícia Militar, na noite da última quarta-feira (13), por volta das 23h, o jovem procurou a UPA fingindo passar mal, apresentando um documento de identidade, que ainda terá a autenticidade verificada.

Ao entrar na sala do médico, o jovem alegou sentir fortes ânsias de vômito e, no momento em que o profissional de saúde se aproximou para avaliá-lo, Kauã sacou um revólver e anunciou o assalto, exigindo a aliança de ouro da vítima.

“Durante o atendimento, ele assaltou o médico e levou sua aliança. Ele fugiu. Nessa fuga, ele teria efetuado um disparo de arma de fogo, na tentativa de intimidar as pessoas que tentavam capturá-lo”, relatou o comandante do 47º BPM de Timon, Yaslan Batista.

Testemunhas relataram à polícia que uma segunda pessoa estava do lado de fora esperando pelo suspeito, o que ainda está sendo investigado.

Após o crime, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que já investigava o jovem por envolvimento em homicídios e outros crimes, cumpriu um mandado de busca e apreensão em um dos endereços ligados a ele. Durante a ação, realizada na manhã dessa quinta-feira (14), a Polícia Civil localizou o suspeito e o prendeu em flagrante pelo assalto na unidade de saúde.Fonte: G1-MA

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de Saída Temporária de Dia dos Pais no MA

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de Saída Temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de Saída Temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

Um detento da Penitenciária Regional de Pedreiras, 280 km de São Luís, foi autuado em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, após retornar à unidade prisional com drogas no estômago.

Samuel Magalhães havia sido beneficiado com a Saída Temporária do Dia dos Pais e retornou ao presídio na última terça-feira (12). Durante a revista para voltar à cela, o bodyscan (equipamento de escaneamento corporal) detectou que havia algo suspeito no estômago do interno.

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de saída temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de saída temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

Em seguida, o preso vomitou várias porções de maconha, que havia engolido para levar ao presídio.

Nesta sexta-feira (15), o detento foi encaminhado para a 14ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Pedreiras, onde foi formalizado o auto de prisão em flagrante.

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de Saída Temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

Detento é flagrado com drogas no estômago ao retornar de Saída Temporária de Dia dos Pais no MA — Foto: Divulgação/Redes sociais

g1 procurou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), para saber quantidade de droga apreendida com o detento, mas ainda não obteve retorno.Fonte: G1-MA

Brasil aproveita crise mundial do cacau para retomar liderança

A crise mundial na produção de cacau está criando uma oportunidade histórica para o Brasil retomar sua posição de destaque no mercado internacional. Enquanto os principais produtores mundiais enfrentam problemas estruturais, estados como o Ceará apostam em tecnologias inovadoras para revolucionar o cultivo da cultura no país.

A Páscoa de 2025 registrou os preços mais altos do chocolate dos últimos anos. Segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO), os valores aumentaram 66% em Londres entre outubro e dezembro de 2024, saltando de US$ 6.896 para US$ 11.441 por tonelada. Em Nova York, o crescimento foi similar, atingindo 64% no mesmo período.

Costa do Marfim e Gana, responsáveis pela maior parte da oferta mundial, enfrentam uma combinação de fatores críticos:

Eventos climáticos extremos
Aumento das infestações do vírus CSSV (Cacao Swollen Shoot Virus)
Lavouras envelhecidas com baixa produtividade
Oportunidade histórica para o Brasil
“Com essa quebra de produção no mundo, o Brasil tem a chance de suprir essa demanda”, explica Adolfo Moura, engenheiro agrônomo especialista em pesquisas de cacau há mais de 10 anos. Para ele, o cultivo nacional precisa expandir áreas plantadas para primeiro atender a demanda interna e depois pensar em exportação.

O país tem experiência no setor. Entre as décadas de 1930 e 1980, o cacau brasileiro foi símbolo de riqueza, especialmente na Bahia. Porém, a chegada da doença Vassoura-de-bruxa em 1989 devastou a produção, reduzindo-a de 400 mil para 123 mil toneladas anuais em menos de uma década.

Irrigação por gotejamento: a revolução tecnológica
A irrigação localizada emerge como protagonista da retomada cacaueira brasileira. A técnica permite aplicação precisa de água e nutrientes, com eficiência superior a 90% e aumento de produtividade de até 150% comparado a sistemas não irrigados.

Carlos Barh, engenheiro agrônomo da Rivulis com mais de 50 anos de experiência, destaca: “O cacau nasceu para ser irrigado por gotejamento, pois a técnica não aumenta umidade, evitando o desenvolvimento de fungos.”

Em áreas irrigadas com manejo intensivo, é possível atingir produtividades acima de 2.000 kg/ha/ano – quase quatro vezes a média de países africanos.

Ceará: o novo eldorado do cacau
O cacau cearense já é realidade. Desde 2010, um projeto de cooperação entre Associação Univale, Frutacor, CEPLAC e Embrapa, liderado pelo engenheiro Diógenes Henrique Abrantes Sarmento, revoluciona o cultivo no Vale do Jaguaribe.

“Testamos várias culturas na região. Após anos de estudos, o cacau foi o que melhor se adaptou”, conta Sarmento. A primeira área de quatro hectares consolidada em 2010 utilizou 12 clones, com destaque para as variedades CCN51 e PS319, que atingem produção de 2,5 a 3 toneladas por hectare.

Para resolver desafios logísticos, os produtores cearenses verticalizaram a produção. Em 2018, foi fundada a Cacau do Ceará, primeira indústria a usar matéria-prima exclusiva de produtores locais em Limoeiro do Norte.

O projeto evoluiu para consórcio com outras culturas como coco e banana, maximizando a renda por área. Atualmente, mais de 300 hectares de produtores cearenses apostam no cultivo, com meta de atingir 400 hectares até janeiro.

Potencial econômico e expansão
O retorno financeiro do cacau é atrativo. Com bom manejo, produtores conseguem atingir 3 mil kg de amêndoa por hectare. Considerando o preço atual de R$ 50 por kg, a renda bruta chega a R$ 150 mil por hectare, com custeio de cerca de R$ 22 mil.

A cultura apresenta vantagens competitivas:

Baixa demanda de mão de obra
Adaptação a épocas quentes
Facilidade de consórcio com outras culturas
Viabilidade para todos os portes de produtores

Para expandir a produção cacaueira brasileira, o setor busca:

Parcerias público-privadas para pesquisas
Financiamentos e linhas de crédito específicas
Capacitação técnica especializada
Ampliação de viveiristas para produção de mudas
Com qualidade comprovada dos clones atuais, o cultivo de cacau tem potencial para expansão por todo o Ceará, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, posicionando o Brasil novamente como protagonista mundial no setor.

A crise mundial do cacau representa uma janela de oportunidade única para o agronegócio brasileiro. Com tecnologia, manejo adequado e investimentos estruturantes, o país pode reconquistar sua posição histórica no mercado internacional da cultura.

Agro em Campo