A Polícia Civil concluiu as investigações e confirmou que Jerder Pereira da Cruz, de 35 anos, foi linchado por moradores no bairro Novo Horizonte, em Paço do Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís. Quatro pessoas foram identificadas para responder pelo crime de homicídio.
O caso aconteceu no dia 28 de outubro de 2024, quando Jerder teve um surto psicótico, em casa. Logo depois, ele ficou violento, atirou um tijolo em uma residência e invadiu uma igreja. Nesse período, a esposa de Jerder chamou a polícia, mas os militares não atenderam porque alegaram não se tratar de um ‘caso de polícia’, já que havia um surto psicótico.
Em casos de surtos psicóticos, a orientação foi chamar uma ambulância, mas foi tarde demais. Jerder foi perseguido por várias pessoas que o acusaram de ser um ladrão. Dentro da igreja, segundo as investigações, ele foi espancado no banheiro e arrastado para fora.
Fora da igreja, imagens mostraram Jerder sem roupas, ensanguentado e com vários ferimentos. Ele foi levado para um hospital e preparado para passar por cirurgia, mas não resistiu e faleceu.
Investigações se arrastaram por mais de 1 ano
Após o crime, as investigações se arrastaram por vários meses, de modo que a Polícia Civil chegou a pedir à Justiça a prorrogação do prazo para concluir o inquérito, o que foi aceito. Porém, somente no final de setembro deste ano o inquérito foi concluído com a identificação de quatro agressores, que não terão os nomes informados para não atrapalhar o andamento do processo.
Após o fim do inquérito, a Polícia Civil encaminhou as provas ao Ministério Público, que ainda vai decidir se aceitará as denúncias e pedirá à Justiça para tornar réus todos os suspeitos, pelo crime de homicídio.
“O caso Jerder revela uma grave omissão do Estado: mesmo com o inquérito concluído, provas robustas e identificação dos agressores, a responsabilização não avança. Jerder, em surto esquizofrênico, foi brutalmente espancado quando deveria ter sido protegido, e a morosidade institucional transforma uma tragédia anunciada em violação contínua de direitos. A família exige que o Ministério Público e o Judiciário cumpram seu dever com rapidez e firmeza, porque justiça atrasada aqui não é só injustiça — é conivência com a violência e afronta direta à dignidade humana”, afirmou o advogado Neto Cruz, que atua na defesa da esposa de Jerder no processo.
Jerder deixou a esposa, Fabyana, grávida
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Fabiana era a mulher de Jerder Pereira e estava grávida de cinco meses quando ele faleceu — Foto: Arquivo pessoal

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