Blog do Walison - Em Tempo Real

PCC usa postos e motéis para lavagem de dinheiro, aponta operação

São Paulo (SP), 25/09/2025 - Entrevista coletiva no Ministério Público de São Paulo - MPSP detalha desarticulação de esquema revelado pela Operação Spare. Foto: MPSP/Divulgação

A Operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira (25), em São Paulo, aponta que organização criminosa, vinculada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), usava postos de combustíveis, motéis e empresas de fachada para lavagem de dinheiro. 

As investigações partiram da suspeita sobre casas de jogos na Baixada Santista e uso de máquinas de crédito e débito ligadas a dois postos de combustíveis.

“Identificamos um grupo criminoso responsável pelo branqueamento de capitais não só por meio dos dois postos. Os envolvidos controlavam também outros estabelecimentos no setor de combustíveis, uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões de reais”, disse o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Silvio Loubeh.

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão para desarticular esquema de exploração de jogos de azar e venda de combustíveis adulterados, com uso de uma fintech para forjar a origem dos recursos.

O comandante do Policiamento de Choque, o coronel Valmor Racorti, informou que foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma de fogo.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou que serão adotadas medidas para maior controle na importação de petróleo e derivados, assim como na identificação de beneficiários finais de fundos de investimento.

“É uma série de avanços que precisaremos fazer para combater essa infiltração tão ampla”, disse.

A Operação Spare teve participação de 110 policiais militares do Comando de Choque de São Paulo, agentes da Receita Federal, da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria da Fazenda.

Esquema criminoso

Segundo as investigações, máquinas de cartão apreendidas em casas de jogos clandestinos, em Santos, estavam vinculadas a postos de combustíveis. Esses valores eram transferidos para a fintech, que era usada para ocultar a origem ilícita dos recursos milionários.

A empresa é a mesma investigada na Operação Carbono Oculto, realizada no final de agosto contra o PCC.

Um dos alvos é um dos principais operadores do PCC e que atua há mais de duas décadas no mercado de combustíveis no estado de São Paulo.

Os investigados são suspeitos de usar no esquema milionário postos, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquias.

Fonte: Agência Brasil * Com informações da Rádio Nacional

Câmara aprova transferir capital do Brasil para Belém durante COP30

Vista aérea do Parque da Cidade, que será uma das principais sedes da COP30, em Belém
28/06/2025 REUTERS/Marx Vasconcelos

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira (25), projeto de lei (PL) que determina a transferência simbólica da capital do Brasil para Belém (PA) entre os dias 11 e 21 de novembro, enquanto durar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

O texto agora segue para análise do Senado. De autoria de deputada Duda Salabert (PDT-MG), o PL 358 de 2025 permite a transferência dos poderes Executiva, Legislativo e Judiciário de Brasília para a capital paraense.

Com isso, os atos e despachos do presidente da República e dos ministros de Estados assinados no período da COP30 serão datados na cidade de Belém. Segundo Salabert, a transferência permite maior interlocução entre autoridades brasileiras e estrangeiras.

“Essa medida demonstraria o compromisso do governo e do Parlamento brasileiro com as questões ambientais e a necessidade de encontrar soluções efetivas para um problema que afeta todo o planeta”, escreveu a parlamentar ao submeter o projeto na Câmara.

O relator do PL em plenário, deputado José Priante (MDB-PA), por sua vez, apontou que essa medida não é inédita, uma vez que a capital foi transferida para o Rio de Janeiro (RJ) em 1992, durante a Rio 92, que foi a primeira conferência da ONU sobre clima.

“Isso retrata a importância de que todos os brasileiros possam, nesse momento, através desse gesto da Câmara dos Deputados, do Congresso Nacional, reconhecer o simbolismo desse evento no coração da Amazônia”, justificou Priante.

Foram 304 votos favoráveis e 64 contrários. Apenas o partido Novo e a liderança da oposição se posicionaram contrários ao texto.

“A transferência da capital, mesmo sendo simbólica, envolve pagamento de aluguel de veículos, aluguel de local, despesa com TI [Tecnologia da Informação]”, disse o deputado Luiz Lima (Novo-RJ).

De acordo com o texto, o Executivo regulamentará a Lei, estabelecendo as medidas administrativas, operacionais e logísticas necessárias à transferência temporária da sede do governo federal.

Segurança Viária

Na mesma sessão, a Câmara aprovou o PL 2.334 de 2023 que modifica as regras do Fundo Nacional da Segurança Pública (FNSP) para permitir o uso de parte dos recursos em atividades de segurança viária e qualificação de agentes de trânsito.

Pelo substitutivo aprovado, 5% do valor das multas de trânsito devem ir para o fundo. O dinheiro será usado para construir ou reformar unidades de órgãos de trânsito, comprar equipamentos e veículos, além de capacitar agentes. Fonte: Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

Morre aos 77 anos Aurá, considerado último sobrevivente de povo indígena do Maranhão

Aurá foi avistado pela primeira vez em 1987 ao lado de seu irmão Auré — Foto: Divulgação/Funai

Aurá, considerado o último sobrevivente de um povo de etnia desconhecida que vivia no Maranhão, morreu no sábado (20), aos 77 anos, em Zé Doca. Ele foi vítima de insuficiência cardíaca e respiratória.

O falecimento foi comunicado nessa quarta-feira (24) pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que afirmou que sua morte marca o fim da trajetória de resistência e isolamento de um povo possivelmente extinto.

Aurá foi avistado pela primeira vez em 1987, ao lado do irmão Auré. Ambos pertenciam a um grupo que falava uma língua possivelmente ligada à família Tupi-Guarani. Durante décadas, a Funai tentou aproximá-los de povos como Parakanã, Assurini, Tembé e Awá-Guajá. No entanto, os irmãos rejeitaram o contato com outros povos e mantiveram sua língua e costumes.

Depois da morte do irmão, em 2014, Aurá passou a viver sozinho na aldeia Cocal, na Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão. Nos últimos anos, recebia atendimento do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Maranhão, vinculado ao Ministério da Saúde, e apoio da Frente de Proteção Etnoambiental Awá, unidade da Funai voltada à defesa de povos isolados e de recente contato.

“O falecimento de Aurá, assim como o recente falecimento do indígena Tanaru, serve como um alerta para a urgência da implementação de políticas de proteção territorial e cultural, reiterando a necessidade da sociedade de reconhecer a importância dos indígenas como protagonistas do futuro de uma nação plural”, afirmou o coordenador-geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato da Funai, Marco Aurélio Milken Tosta.

 

Em nota, a Funai lamentou a morte e reafirmou o compromisso de proteger e valorizar os povos indígenas, especialmente aqueles em isolamento voluntário ou de recente contato.

Veja também:

 

Neste mês, a Justiça Federal decidiu pela continuidade do processo de demarcação de uma área tradicionalmente ocupada por indígenas da etnia Tenetehara-Guajajara no município de Barra do Corda, 447 km ao sul de São Luís. Veja abaixo a reportagem completa.Fonte: G1-MA

Prefeito e vice de Soledade, na PB, têm mandatos cassados por aumento de gastos com festa

Justiça Eleitoral cassou prefeito e vice de cidade da Paraíba por gastos com festa — Foto: Arquivo Pessoal / Instagram

A Justiça Eleitoral cassou os mandatos do prefeito do município de Soledade, no Cariri paraibano, José Alves de Miranda Neto (PSB) e da vice-prefeita, Maria Adriana Caetano de Souto (PSB), por abuso de poder econômico. A acusação tomou por base os gastos com a Festa do Queijo em 2024, ano eleitoral.

O município investiu R$ 621 mil na festa, mais de 3.000% acima do valor de R$ 20,4 mil registrado em 2023. A juíza Andreia Silva Matos, da 23ª Zona Eleitoral, considerou o aumento “exorbitante e injustificado” e que comprometeu a igualdade da disputa eleitoral.

Em nota, o prefeito afirmou respeitar a decisão, mas disse que ela causa “profunda estranheza”, já que o Ministério Público havia se posicionado pela improcedência da ação.

Ele destacou que “os próprios autores não apresentaram testemunhas capazes de comprovar a suposta finalidade eleitoral” e que continuará no exercício do mandato até o julgamento em instâncias superiores. A defesa pretende recorrer da decisão.

Soledade estava sob decreto de emergência devido à estiagem, o que, segundo a magistrada, torna o gasto ainda mais relevante para o eleitorado.

“Quantitativamente, a magnitude do abuso é evidente. O aumento de mais de 3000% nos gastos com a Festa do Queijo (de R$ 20.400,00 (vinte mil e quatrocentos reais) em 2023 para R$ 621.730,00 (seiscentos e vinte e um mil e setecentos e trinta reais) em 2024) em um ano eleitoral, em um município pequeno e com alta vulnerabilidade social (cerca de 7.000 pessoas sobrevivendo com até meio salário mínimo, fls. 673), representa um volume de recursos capaz de influenciar significativamente o eleitorado”, destacou a magistrada.

Além da cassação, o prefeito, a vice e o ex-prefeito Geraldo Moura Ramos foram declarados inelegíveis por oito anos e multados em R$ 15 mil cada.

A ação foi movida pela coligação Unidos por uma Soledade Melhor, que perdeu as eleições por 1.259 votos. O Ministério Público Eleitoral havia se posicionado contra a condenação, mas a juíza considerou suficientes as provas documentais sobre os gastos.

A decisão ainda pode ser revista pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).Fonte: G1-PB

Adolescente de 17 anos é encontrada nua e desacordada na porta da casa de tia após ser estuprada no Piauí

Polícia investiga estupro de jovem encontrada nua e desacordada após sair de festa no interior do Piauí — Foto:  Kemmido/Freepik

Uma adolescente de 17 anos foi vítima de estupro após sair de uma festa na zona rural de Monsenhor Gil. O g1 conversou nesta terça-feira (23) com o tio e a mãe da vítima que relataram que a jovem foi encontra nua e desacordada na frente da casa da tia por um comerciante da região no domingo (21).

❗ Para preservar a integridade da vítima e não interferir nas investigações da Polícia Civil, o g1 não vai citar as identidade dos envolvidos.

A adolescente contou para sua mãe que lembra apenas de ter subido na moto do homem com quem estava na festa e de ter sido arrastada para a mata. Ela só recobrou a consciência por volta das 14h de domingo (21).

“Lá ela ficou na mesa desse rapaz e depois ele veio trazer ela em casa, mas ela só lembra de ter saído da festa com ele, não lembra como chegou em casa. De manhã, funcionários de uma padaria ligaram e falaram que viram a minha filha desacordada e sem roupa na frente da casa da minha irmã”, contou a mãe da adolescente.

 

A delegada Haline Reis, responsável pelo caso, disse que investiga o crime e já ouviu testemunhas. De acordo com a família, vizinhos disseram ter visto a adolescente desacordada e sem roupas na motocicleta conduzida por um homem.

Na segunda-feira (22), a adolescente fez exames no Serviço de Atendimento Médico e Psicossocial às Vítimas de Violência Sexual (Samvvis). Os laudos ainda não foram divulgados.

Nesta terça-feira (23), o avô da adolescente encontrou na mata roupas e objetos da vítima. Eles acionaram a polícia e entregaram o material. A delegada Haline informou que a denúncia foi registrada e que o suspeito ainda não foi formalmente identificado.

“Nossa prioridade no momento é garantir o acolhimento da vítima. O inquérito está em andamento, com a coleta de depoimentos e demais diligências necessárias para a apuração completa dos fatos”, afirmou a delegada.Fonte: G1-PI

Homem foragido há três anos por participação em assalto a instituição financeira é preso no MA

Homem foragido há três anos por participação em assalto a instituição financeira é preso no MA — Foto: Reprodução/TV Mirante

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) prendeu nesta terça-feira (23), em Timon (MA) um homem que estava foragido da Justiça do Maranhão há três anos por participação em um assalto à uma cooperativa financeira em Chapadinha, a 245 km de São Luís. O nome dele não foi divulgado.

O assalto aconteceu em setembro de 2022. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão foram expedidos pela Comarca de Timon (veja no vídeo abaixo o momento em que o suspeito chega à delegacia).

O assalto resultou em uma operação, realizada em 2023, que prendeu seis pessoas envolvidas no assalto. As prisões foram realizadas em São Luís, Caxias e Timon. Essa foi a segunda vez que a cooperativa financeira havia sido assaltada.

Após a prisão, o suspeito foi encaminhado para prestar esclarecimentos no Departamento de Investigações sobre Narcóticos em Timon e, em seguida, levado para a Unidade Prisional Jorge Vieira, onde vai permanecer à disposição da justiça.Fonte: G1-MA

Justiça Federal mantém condenação de grupo que trazia cocaína da Bolívia para o Maranhão

Justiça Federal em São Luís (MA) — Foto: Divulgação/Justiça Federal

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) manteve a condenação de seis integrantes de um grupo criminoso acusado de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. A decisão atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Segundo as investigações, o grupo transportava cocaína da Bolívia para o Brasil, passando pelo Mato Grosso até chegar ao Maranhão.

O TRF1 rejeitou os pedidos das defesas, que tentavam anular o processo, absolver os réus ou substituir a prisão por medidas mais leves. A Justiça considerou que todas as provas, como escutas telefônicas e apreensões, foram obtidas legalmente.

Em 2015, uma operação da Polícia Federal resultou na apreensão de 30 quilos de cocaína em São Luís e na prisão em flagrante de dois integrantes do grupo. A droga era comprada em San Matias, na Bolívia, e levada principalmente para Cáceres (MT) e São Luís.

De acordo com o Ministério Público Federal, o grupo tinha estrutura organizada para negociar, transportar, armazenar e distribuir drogas fora do Brasil.

As penas confirmadas variam de 7 a 10 anos de prisão em regime fechado. Os condenados também devem pagar multas entre R$ 1.283 e R$ 1.507, além de dias-multa. Dois réus foram absolvidos por falta de provas, já os demais foram condenados com base na Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006).

A Justiça Federal considerou os crimes de alta gravidade, por envolverem tráfico internacional, um dos delitos mais prejudiciais à sociedade. A quantidade de cocaína apreendida reforçou o risco representado pelo grupo, o que justificou a manutenção das condenações e das penas.

Foi determinado o início do cumprimento da pena para três condenados. Nos demais casos, a punibilidade foi extinta por cumprimento da pena ou falecimento dos réus.

Outro caso

 

Outro caso de destaque nesta terça-feira (23) foi a prisão do presidente da escola de samba Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Alexandre Constantino Furtado.

Ele foi preso nesta terça, em uma operação que mira uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, ele é integrante do PCC.Fonte: G1-MA

Polícia Civil prende no MA suspeito de desviar R$ 107 milhões do Banco da Amazônia no Pará

Arlison Lima Queiroz, de 35 anos, foi detido em sua residência, na cidade maranhense de Santa Inês, durante a Operação Porta 34. — Foto: Reprodução/Redes sociais

Um homem foi preso na manhã desta terça-feira (23), suspeito de participar de uma fraude milionária contra o Banco da Amazônia (Basa), ocorrida em julho deste ano. O desvio financeiro chegou a R$ 107 milhões.

Arlison Lima Queiroz, de 35 anos, foi detido em sua residência, na cidade maranhense de Santa Inês, durante a Operação Porta 34, realizada pela Polícia Civil do Pará com apoio da Polícia Civil do Maranhão.

Segundo as investigações, Arlison seria o hacker responsável pela instalação de um dispositivo eletrônico clandestino que permitiu o desvio de valores das contas de clientes do banco. Ele teria recrutado o gerente da agência para viabilizar a instalação do aparelho, que retirava os valores diretamente das contas e os redirecionava para contas de laranjas.

“A agência hackeada foi a de Santa Inês, mas todas as contas afetadas pertenciam à agência de Belém. O dispositivo foi inserido apenas uma vez e, em questão de cinco minutos, R$ 107 milhões foram desviados”, explicou o delegado da Polícia Civil do Pará, Tainan Melo.

O processo de retirada do dinheiro foi totalmente automático. O microchip roubava as senhas dos gerentes, identificava as contas previamente selecionadas pelos criminosos e validava as operações com as duas autorizações necessárias.

“Toda retirada exige duas senhas de gerentes. Esse dispositivo já contava com ambas, retirou o dinheiro, aplicou as senhas e, em cinco minutos, R$ 107 milhões foram desviados. Uma parte significativa já foi recuperada pelo próprio sistema bancário, via PIX”, acrescentou o delegado.

 

Além da prisão temporária, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao investigado, com apoio de policiais da 7ª Delegacia Regional de Santa Inês. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos e documentos que passarão por perícia.

Essa foi a segunda fase da Operação Porta 34. A primeira ocorreu em julho, quando três homens foram presos, entre eles o gerente do banco, acusado de facilitar as transferências fraudulentas a partir de acessos privilegiados ao sistema interno do Basa.

As investigações continuam para identificar outros envolvidos e rastrear os valores desviados.

“O que se apura agora é o destino do restante do dinheiro. Há indícios de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e fraude bancária. Certamente, valores milionários não são movimentados por uma ou duas pessoas, mas por dezenas de envolvidos”, destacou o delegado regional de Santa Inês, Alisson Guimarães.

 

Em nota, o Banco da Amazônia informou que colabora com as autoridades e reforçou que repudia qualquer conduta ilegal relacionada às suas operações.Fonte: G1-MA

“Lula é quem precisa do Brandão, não o contrário”, diz Pedro Lucas Fernandes

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil) foi o entrevistado da semana no Programa Palpite, da Rádio O Imparcial. Em um bate-papo marcado pela franqueza, o líder do União Brasil na Câmara Federal falou sobre sua trajetória política, analisou os cenários em Brasília e no Maranhão e comentou temas polêmicos que estão em pauta no Congresso, como a PEC da Blindagem, a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e os rumos das eleições de 2026.

De família tradicionalmente ligada à política, Pedro Lucas seguiu os passos do pai, o ex-deputado Pedro Fernandes, e também do tio, o ex-deputado estadual Manoel Ribeiro. Antes de chegar à Câmara dos Deputados, foi vereador de São Luís por dois mandatos (2012 e 2016), experiência que, segundo ele, moldou sua visão sobre gestão pública e proximidade com a população.

Na entrevista, ele relembrou um episódio que acabou sendo decisivo para sua entrada na política federal: a escolha de seu pai para compor a chapa da então governadora Roseana Sarney. Embora o convite tenha sido retirado devido à conjuntura, abriu caminho para que Pedro Lucas se lançasse como candidato a deputado federal naquele mesmo ano.

“A política é como um ônibus: muita gente entra, muita gente sai, mas o importante é que esteja sempre cheio. Os amigos que meu pai fez ao longo da vida foram fundamentais na minha caminhada. Essa rede de relações me ajudou a chegar onde estou, mas é claro que eu também precisei construir meu próprio espaço.”

Hoje, além da atuação parlamentar, Pedro Lucas é irmão do secretário de Desenvolvimento Social do governo Carlos Brandão: Casé Fernandes, o que reforça o peso político de sua família no cenário maranhense.

Maranhão Livre da Fome e a agenda estadual

O deputado abriu a entrevista elogiando o Maranhão Livre da Fome, programa que garante um complemento financeiro de R$200 a famílias beneficiárias do Bolsa Família que ainda vivem abaixo da linha da extrema pobreza.

A iniciativa, segundo ele, é um dos mais importantes legados da atual gestão estadual, tendo impactado mais 1 milhão de pessoas até o momento. Nos últimos meses, Pedro Lucas tem acompanhado de perto as entregas do programa em municípios do estado. Nessas agendas, destacou o papel do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, sobrinho do governador.

“Orleans tem se mostrado extremamente preparado e domina todos os detalhes das ações do governo. Fico feliz em ver seu amadurecimento político e não tenho dúvida de que está pronto para assumir qualquer desafio que o futuro lhe reservar.”

Judicialização da política : entrave para desenvolvimento
Um dos pontos mais duros da entrevista foi a crítica ao que chamou de “judicialização excessiva da política maranhense”. Para o deputado, esse processo trava decisões, gera instabilidade e, no fim, prejudica principalmente a população mais carente.

“É terrível o que está acontecendo. O Maranhão poderia estar colhendo muitos frutos do momento favorável que vive, mas essa tentativa de criar instabilidade só afasta investidores e prejudica o estado.”

Pedro Lucas ressaltou o perfil conciliador do governador Carlos Brandão, a quem chamou de “líder respeitado e agregador”. Ele relembrou que, mesmo quando esteve na oposição ao então prefeito de Colinas, nunca deixou de dialogar por melhorias para a cidade. “Hoje faço parte do grupo de Brandão e admiro sua postura. Ele merece ter seu governo respeitado e não pode ser alvo de disputas que apenas enfraquecem a imagem do Maranhão.”

União Brasil e o papel de “ponto de equilíbrio”

Na avaliação do deputado, o União Progressista — federação formada por União Brasil e Progressistas — é hoje a maior força política do Congresso, com 109 deputados e 15 senadores. Esse peso dá ao grupo a condição de arbitrar decisões cruciais para o país. “Temos de um lado o PT e de outro o PL, mas é o centro quem define para onde o Brasil vai caminhar. Zanga não resolve nada na política. É preciso paciência e equilíbrio para construir consensos.”

Como exemplo, citou a aprovação recente da MP que ampliou a tarifa social de energia para 60 milhões de brasileiros, medida que só passou graças ao apoio da federação.

PEC da Blindagem: defesa da independência parlamentar

Entre as votações mais polêmicas das últimas semanas, está a chamada PEC da Blindagem, aprovada em regime de urgência. O texto prevê que deputados e senadores só possam ser julgados mediante autorização das Casas Legislativas.

Pedro Lucas, que votou a favor, explicou sua posição: “Vivemos um momento de desequilíbrio institucional. Parlamentares sofrem pressões e ameaças durante votações, o que compromete a independência do Congresso. A PEC não é para proteger quem comete irregularidades, mas para devolver autonomia ao Legislativo.” Ele também defendeu o voto secreto para esse tipo de decisão, como forma de reduzir a vulnerabilidade dos parlamentares diante da opinião pública e de eventuais retaliações.

Anistia aos envolvidos no 8 de janeiro

Outro tema controverso debatido na entrevista foi a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Pedro Lucas reconheceu a divisão da opinião pública, mas argumentou que a medida pode ser um passo para a pacificação política do país.

Segundo ele, até o presidente Lula teria sinalizado que poderia sancionar um projeto reduzindo as penas, o que reforça a possibilidade de um acordo. “Não se trata de perdoar ou esquecer, mas de encontrar um caminho que permita virar essa página e pacificar o Brasil.”

Cenário eleitoral de 2026
Ao falar sobre as eleições presidenciais, Pedro Lucas avaliou que o presidente Lula tem recuperado protagonismo político diante de pautas nacionais e embates internacionais, e deve usar esse cenário a seu favor para buscar a reeleição.

No entanto, acredita que nomes de centro-direita podem quebrar a polarização. “Vejo em Tarcísio de Freitas um excelente candidato, assim como Ronaldo Caiado, que faz um trabalho extraordinário em Goiás. São lideranças capazes de disputar espaço real contra os extremos.”

Futuro político e alinhamento com Brandão

No campo estadual, Pedro Lucas é apontado como potencial candidato ao Senado ou mesmo vice-governador em 2026, mas deixou claro que seguirá as decisões do grupo governista. Disse estar pronto para qualquer missão que o governador Carlos Brandão lhe destinar. “Seja para disputar o Senado ou compor uma chapa, estarei pronto para o jogo. Mas a palavra final é sempre do governador.”

“Lula precisa de Brandão, não o contrário”

Encerrando a entrevista, o deputado foi enfático ao defender o protagonismo de Brandão dentro do cenário nacional. “Hoje Lula precisa do apoio de Brandão, não o contrário. O governador tem obras em todas as regiões e é respeitado em todo o Maranhão. Essa conversa sobre a chapa de 2026 vai acontecer, e Lula sabe que não pode abrir mão desse apoio.”

O Imparcial