Este texto inicia com a frase “O sol nasce para todos” porque resume ideias e pensamentos críticos acerca do atual contexto social e político no Maranhão, significando nesta reflexão que o poder não é para sempre, porque eterno é só Deus…
Após resultados das últimas eleições percebemos que as mudanças estão chegando, embora em passos lentos, pois pensar em mudanças é refletir sobre a questão da repetição dos cargos políticos daqueles que se acham donos do poder, como vitalícios e acabam coibindo a democracia, que também está delineada na Constituição Brasileira, porém a efetiva prática está bem distante; Dos Discursos e das promessas o povo está cheio e do jogo maquiavélico de um falando do outro, como diz minha avó “um sujo falando do mal lavado”.
Hoje temos a plena convicção dos males que uma opção mal feita pode trazer sérios prejuízos para todos, também de que as mudanças no Maranhão dependem do esforço de todos nós! Estamos cansados de informações que o Maranhão é sempre um dos últimos nos dados estatísticos, dos indicadores sociais, analfabetismo, IDH e de modo especial no que se refere à educação com o IDEB-Índice de Desempenho da Educação Básica, dentre outros indicadores que não expressam a qualidade desejável, apesar do esforço da nossa classe de professores que utilizam dos seus limites para fazer um bom trabalho, considerando é claro que assim como existem os acomodados que estão na denominada zona de conforto nas outras profissões existem na educação aqueles que não se comprometem com a qualidade do que produz, muito menos em mudanças…
Enfim, a população maranhense está carente e sedenta de cuidados, de saúde, educação, segurança e vida digna, que requer gestores que tenham como princípios básicos, a democracia e a participação com o rigor e controle necessário para que não vire anarquia. Nesse contexto entendemos que o atual governo eleito tem conhecimento da diversidade que existe no nosso vasto Maranhão, dos desafios, etc., porém, exige sabedoria em governar para todos, pois a votação expressiva externou o quanto o povo anseia e tem esperança de novos rumos em todas as instâncias sociais no nosso estado, os grupos políticos existem, mas a vontade do povo é soberana e foi ela que prevaleceu… Agora precisa de sabedoria e muito discernimento para gerir um estado que continua na quase totalidade dos municípios com gestão tipo hereditária ou nas mãos de grupos políticos, que querem se perpetuar no poder.
São muitos os desafios, porém, com a esperança de construir uma nova era realmente próspera para todos os maranhenses e para aqueles que adotaram esta terra para viver… Precisamos preparar as atuais e futuras gerações para serem conscientes do seu papel na sociedade, também para ocuparem os cargos políticos, por meio de formação continuada sobre Política, afinal, o que será do futuro se não prepararmos cidadãos para representar a sociedade principalmente no que se refere aos cargos eletivos, pois a leitura que fazemos tem relação com o analfabetismo político e não podemos alimentar isso, como bem defende Bertolt Brecht no texto “O Analfabeto Político”:
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Esse pensamento tem relação com o que Maquiavel (2000) aborda em sua obra O príncipe: “Há três tipos diferentes de mente: um compreende as coisas por si só; o segundo compreende as coisas demonstradas por outrem; o terceiro, nada consegue discernir, nem só, nem com a ajuda dos outros”. Como diz Edgar Morin (2013), “Atualmente, o pensamento político encontra-se no grau zero”. Portanto, temos o dever, como educadores, de contribuirmos para formar cidadãos conscientes do seu papel social, como sujeitos de sua história, pensadores e transformadores de sua realidade, como um direito inalienável e que historicamente nos foi negado.
Esperamos como cidadãos maranhenses, que até o final dessa gestão tenha mudanças significativas, tanto quanto expressou o resultado das últimas eleições para o governo do estado. Chega de repetições! Isso não é democracia, é perpetuação de poder; caso contrário vai ser apenas um remendo novo em roupa velha… Dessa forma, precisamos urgente de reorganização do setor público e, sobretudo, de humanizar as relações. Uma gestão que não seja humana é uma peste, uma erva daninha, que mata e corrói, que segrega e atinge o mais nobre de um ser humano, a sua integridade. Boa sorte para todos nós maranhenses…Vida digna e em abundância como disse Jesus Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”.
Por DRa. Deuzimar Costa Serra