O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta quarta-feira (11) a prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele foi solto no dia 19 de maio, mas retornou à prisão após o Supremo Tribunal Federal (STF) validar as provas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), e determinar que as ações penais oriundas da investigação fossem devolvidas à Justiça Federal. Costa foi preso pela PF no Rio de Janeiro, onde mantém residência, e será transferido para Curitiba.
Na decisão, Moro diz que o Ministério Público da Suíça informou que foram descobertas naquele país contas bancárias no valor de US$ 29 milhões. Segundo o órgão, foram identificadas 12 contas em bancos suíços sob o controle de Costa, suas duas filhas, genros e de um funcionário do doleiro Alberto Youssef. Deste total, De acordo com o Ministério Público suíço, US$ 23 milhões pertencem a Costa.
Costa é suspeito de ter ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis estados e no Distrito Federal, desarticulada na Operação Lava Jato. Em um dos processos, Costa e o doleiro Alberto Youssef e outros acusados de desvio de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e alcançou gastos de R$ 20 bilhões.
Na segunda ação penal, Costa é acusado de obstruir as investigações. No processo, também são réus as duas filhas dele, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros.
Em CPI, ex-diretor nega existência de organização criminosa na Petrobras
De acordo com o Ministério Público Federal, os desvios na construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Conforme a investigação, os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da companhia, e de Youssef, dono de empresas de fachada.
Na defesa prévia apresentada à Justiça, os advogados do ex-diretor da Petrobras informaram que os pagamentos recebidos das empresas do doleiro, identificados como repasses ou comissões, foram decorrentes de serviços de consultoria prestados. No entanto, o juiz destacou que a Polícia Federal e o Ministério Público não encontraram provas de que os serviços foram prestados.
Na terça-feira (10, ao abrir seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras, Roberto da Costa criticou a imprensa, que, segundo ele, publicou fatos irreais, sem lhe conceder o direito de defesa nos 59 dias em que esteve preso. Disse também que a petrolífera brasileira é uma empresa séria e competente.